top of page

Oasis Tower
MVRDV

9.jpg

A arquitetura contemporânea utilizada pelo escritório foi baseada em três pilares: forma, aparência e natureza. A forma e a aparência foram trabalhadas de duas formas, a primeira nas fachadas voltadas para o exterior dos edifícios, seguindo o padrão das áreas metropolitanas do país, que podemos encontrar em projetos como o Linked Hybrid de Steven Holl, no ano de 2009 em Beijing na China, que traz essa fachada mais rígida, quadriculada, remetendo à edifícios corporativos e de grande porte.
Já a segunda foi através das curvas, que são utilizadas no projeto voltadas para o interior do terreno, onde trabalham os diferentes planos de fachada. Com uma intenção diferente das fachadas voltadas para as ruas, as fachadas internas têm a intenção de trazer leveza, liberdade formal e simplicidade, pontos que encontramos muito nas obras de Oscar Niemeyer durante o período da arquitetura moderna e que se estende até as décadas de 2010 e 2020 na arquitetura contemporânea como em projetos de Zaha Hadid, Frank Ghery, Renzo Piano, entre outros.

2.jpg
12_edited.jpg

Com as categorias de uso misto , varejo , residencial e bar-restaurante, o intuito do projeto é contribuir com o crescimento da metrópole, criando espaços dedicados ao lazer, interação com a natureza e moradia sustentável e multifuncional. Com o intuito de proporcionar à seus moradores um refúgio verde dentro de uma parte densa e em rápido desenvolvimento da cidade. Yangtze, eles trabalham essa relação com uma abertura que cria a passagem para esse espaço de interação com a natureza. E o projeto foi todo pensado através dessas conexões, pontes, aberturas, lajes de transição que promovem o acesso ao verde, à natureza e aos relacionamentos proporcionados por esses espaços. Atrelar esse programa de necessidades juntamente com os usos diversos, a biodiversidade, num projeto próximo ao rio, talvez tenham sido algumas das dificuldades encontradas no desenvolvimento do projeto.

Um dos partidos conceituais e estruturais do projeto se deu através da circulação vertical, onde partiram de um edifício rígido e quadrado, com o bloco de circulação interno e central. Saindo do ponto de vista convencional, pensou-se no formato "L" que proporcionaria um melhor aproveitamento da iluminação solar, da ventilação e melhores vistas. Avançando em seu desenvolvimento, mantiveram a forma em "L" acrescentando uma curva em seu encontro unindo as duas lâminas do edifício que também proporcionaria uma melhor privacidade aos moradores; e o modelo final se deu criando diferentes varandas que se alteram conforme muda-se de pavimento, que acrescentam a natureza à construção.

14_edited.jpg
Estudo de Caso - Residência para idosos.png

Com o bloco de circulação vertical no centro, permite que o edifício tenha sua principal estrutura no encontro das duas laminas, e faz com que o edifício se desenvolva a partir dela com pilares modulados no restante do edifício, proporcionando balanços com áreas verdes. Os eixos estruturais existentes possuem distâncias de 8,00m x 8,00m e de 4,00m x 8,00m e balanços variados. A estrutura é a responsável por delimitar as áreas dos apartamentos que possuem plantas de 75m² à 204m² de um, três e quatro dormitórios, alguns deles com acesso direto à escada de incêndio. Parte dos apartamentos tem vista para a área interna do lote, voltado para os grandes jardins e coberturas verdes, o restante possui vista para a cidade.

As duas torres possuem um total de 150m de altura, com quarenta andares cada uma. Localizadas de modo como se uma enfrentasse à outra nos cantos norte e sul dos terrenos. Segundo o site Archdaily (2022), é criado um pódio de 3 à 4 andares gerando um perímetro que envolve a maior parte do local para criar um ambiente protegido em seu centro. Este edifício perimetral liga as vias pedonais e a rua entre os dois lotes, criando uma clara separação entre o bairro circundante e o oásis central. O site Aasarquitetura (2022) acrescenta que este edifício perimetral atravessa as vias de acesso pedonal e até mesmo a rua entre os dois lotes, criando uma clara separação entre o bairro circundante e o oásis no centro do projeto. Salpicado de árvores e outras áreas verdes, o oásis forma uma paisagem verde nos terraços em cascata do edifício, um ambiente exuberante para compras nos andares comerciais do edifício, do térreo ao terceiro andar.

4.jpg
13.jpg

O espaço criado se torna semelhante a um parque com diversas funções, não só de entretenimento como fornecendo resfriamento e biodiversidade. Sua cobertura oferece privacidade através das diferentes varandas, protegendo os moradores dos andares superiores dos compradores abaixo, criando ambientes de passeio que conecta os dois lotes na estrada central. No área central do espaço público, foi criada um acesso que fica abaixo do nível do solo para se conectar sob a estrada, proporcionando um ponto de passagem conveniente e permitindo o acesso à estação de metrô abaixo do local.

As janelas que respondem aos arranha-céus de escritórios que surgirão em seu entorno, possuem a forma quadriculada com acabamentos em concreto nas faces externas do bloco perimetral. Já as que estão voltadas para a área central dão lugar às curvas fluidas de varandas, terraços, telhados e pequenos pavilhões revestidos de bambu reciclado.

A integração com a natureza quando se pensa em um projeto vai muito além de acrescentar ambientes verdes, mas sim fazendo com que ela desempenhe um papel importante nas estratégias de sustentabilidade. O MVRDV pensou nisso utilizando os telhados do oásis que não são acessíveis, onde eles pensaram em áreas densamente plantadas com uma variedade de espécies que ajudam a maximizar a biodiversidade. Através desses telhados foram criados dois canaviais de 500 metros quadrados que filtram e limpam a água de forma natural e criam um sistema de reciclagem de águas cinzas dentro do edifício, além de acomodar cerca de 200m³ de água em cada reservatório que é utilizado para regar as plantas e que também volta para as residências para utilização nas descargas.

17_edited.jpg
15.jpg
3.jpg

O posicionamento das torres, também aproveita os ventos predominantes que vêm do oeste maximizando a ventilação natural. As varandas profundas são escalonadas para fornecer muita luz natural, reduzindo o ganho solar no verão, juntamente com as árvores que foram cuidadosamente colocadas para proporcionar sombra extra nos meses mais quentes. Ao mesmo tempo, o rio próximo é usado por uma bomba de calor de fonte de água para reduzir o uso de energia. “A arquitetura contemporânea de Nanjing se inspira na natureza na forma e na aparência”, diz o sócio-fundador do MVRDV, Winy Maas. “Com o Oasis Towers, queríamos levar essa tendência ao máximo – não apenas emular a natureza com 'falésias' curvas e estratificadas, mas também incorporar literalmente a natureza ao design com a vegetação e explorando os processos naturais.

Na implantação podemos observar os diversos acessos ao edifício, sejam eles de comércio ou de restaurantes representados nas setas de cor vermelha; nas setas em amarelo são os acessos restritos aos apartamentos; e as em preto as que dão acesso aos estacionamentos subterrâneos e térreos. Também podemos analisar a distribuição dos usos e das circulações verticais e horizontais, o rosa está representando os comércios e restaurantes, de uso público; o verde claro representa o térreo residencial, de uso restrito; o cinza escuro, as vagas de estacionamento no pavimento térreo, e as circulações horizontais internas. Já as circulações verticais, como: escadas e elevadores estão representadas em vermelho; as rampas de acesso aos estacionamentos subterrâneos estão em laranja; e em cinza claro os passeios de pedestre destinados às áreas públicas.

Estudo de Caso - Residência para idosos (1).png
778786.jpg

Na perspectiva acima pode-se observar os passeios públicos delimitados pelos limites dos volumes do térreo, e sua dinamização orgânica. Chegando ao centro do lote têm-se acesso à uma escadaria que chega ao metrô, trazendo à quadra, multifuncionalidades. Também observa-se a localização dos pilares estruturais e as circulações verticais, e como foram distribuídas às áreas verdes nos passeios públicos. Na planta tipo do edifício, pode-se analisar que na verdade o que traz movimento para as fachadas são as mudanças das varandas, e não as tipologias de planta que são diferentes. Eles utilizam da mesma estrutura e definição de ambientes, para definir os espaços dos pavimentos e alteram as varandas para trazer movimento às fachadas.

8_edited.jpg
11.jpg

Acima estão às definições formais do projeto, como foram às sequências de pensamentos até se chegar na forma final do projeto. Partiu-se das definições de altura, e das propostas que cada altura teria de usos, pensou-se na alteração da forma rígida e quadrada, para a forma em "L" angulada, nas circulações internas e principais acessos, e por último os terraços e acréscimos das áreas verdes. Abaixo temos às representações dos terraços das áreas comerciais e de restaurantes, a ligação das passarelas que atravessam à avenida no centro dos dois lotes, e também da relação com o entorno. No corte podemos analisar a relação de alturas entre os edifícios e a relação que o projeto têm com o rio.

10.jpg

Acima estão às definições formais do projeto, como foram às sequências de pensamentos até se chegar na forma final do projeto. Partiu-se das definições de altura, e das propostas que cada altura teria de usos, pensou-se na alteração da forma rígida e quadrada, para a forma em "L" angulada, nas circulações internas e principais acessos, e por último os terraços e acréscimos das áreas verdes. Abaixo temos às representações dos terraços das áreas comerciais e de restaurantes, a ligação das passarelas que atravessam à avenida no centro dos dois lotes, e também da relação com o entorno. No corte podemos analisar a relação de alturas entre os edifícios e a relação que o projeto têm com o rio.

10.jpg
16.jpg
6.jpg

ANÁLISE CRÍTICA DO PROJETO

Por mais que esse projeto seja de um edifício de uso misto predominantemente residencial, e não possua características corporativas, sua relação de proximidade com o rio, o fato de ser implantado em um terreno praticamente plano, e as questões abordadas referente à biodiversidade e sustentabilidade fizeram com que ele se tornasse uma escolha importante para o estudo em questão, pois são características que podem ser aplicadas no futuro projeto em desenvolvimento. O Oasis Tower é um projeto contemporâneo que aborda às questões da natureza não apenas através da inclusão de áreas verdes e de forma estética, mas também nas funcionalidades do edifício. Todas às questões até aqui abordadas, são ideias que poderemos aplicar.

MVRDV

O escritório foi fundado no ano de 1993, por Winy Maas, Jacob van Rijs e Nathalie de Vries, por isso o nome, que vem das iniciais dos sobrenomes de seus fundadores. Maas e Van Rijs trabalharam no OMA, De Vries no Mecanoo antes de iniciar o MVRDV.

Os três estudaram juntos o curso de arquitetura na Delft University of Technology, na Holanda, e venceram o concurso " Europan 2" com seu projeto "Berlinvoids" em 1991, antes de fundar o escritório dois anos depois.

A sua sede fica localizada em Rotterdam, na Holanda, local que devido a situação geral da arquitetura no país, apoiava jovens arquitetos, e fez com que os três recebecem uma doação do governo holandês para iniciar seu próprio escritório.

Seu método de trabalho é extremamente colaborativo e se baseia em pesquisas realizadas com seus clientes, com as partes interessadas e especialistas de diversas áreas desde o início do processo criativo. Sua principal influência vem do arquiteto Rem Koolhaas, da época em que Winy Maas trabalhou com ele.

O trabalho do MVRDV é exibido e publicado em todo o mundo e recebeu inúmeros prêmios internacionais como: Prêmio Architizer A+, ArchDaily Building of the Year 2022, EU Mies Award 2022, European Property Award, dentre outros. Ao todo colecionam um total de 161 prêmios e indicações ao redor do mundo.

A intenção do escritório não é desenvolver um estilo específico de arquitetura, mas sim fornecer e desenvolver métodos diferentes na concepção da arquitetura e do espaço urbano de acordo com as suas necessidades e assim permitir que cidades e paisagens se desenvolvam em direção a um futuro melhor.

Bibliografia
Arquitetura Contemporânea, é cheia de absurdos? ([s.d.]). Obra Atelier, 2022. Disponível em: https://www.obraatelier.com/blog/arquitetura-contemporanea-caracteristicas/ Acesso em: 28 aug. 2022Dez maiores cidades chinesas. ([s.d.]) Superprof.com, 2016. Disponível em: https://www.superprof.com.br/blog/locais-chineses-mais-populosos/ Acesso em: 28 aug. 2022Emre, M. The Green realm by MVRDV “the oasis towers” in Nanjing, China. ParametricArchitecture, 2022. Disponível em: https://parametric-architecture.com/the-green-realm-by-mvrdv-the-oasis-towers-innanjing-china/ Acesso em: 26 aug. 2022MVRDV - Oasis Towers. ([s.d.]). Mvrdv.Nl, 2022. Disponível em: https://www.mvrdv.nl/projects/816/oasis-towers Acesso em: 26 aug. 2022MVRDV wins competition to design nature-inspired Oasis Towers in Nanjing. ([s.d.]). Aasarchitecture.com, 2022. Disponível em: https://aasarchitecture.com/2022/08/mvrdv-wins-competition-to-design-natureinspired-oasis-towers-in-nanjing/ Acesso em: 26 aug. 2022Stouhi, D. MVRDV vence concurso em Nanjing com torres inspiradas na natureza. ArchDaily Brasil, 2022. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/987468/mvrdv-vence-concurso-em-nanjing-com-torresinspiradas-na-natureza?ad_medium=gallery Acesso em: 25 aug. 2022t1site. ([s.d.]). Nanjing – A antiga capital da China. oichinaonline.com.br, 2010. Disponível em: https://www.oichinaonline.com.br/nanjing-a-antiga-capital-da-china/ Acesso em: 28 aug. 2022Yusuf, A. MVRDV wins A competition for the design of natural-inspired Oasis Towers in Nanjing. Arch2o.com, 2022. Disponível em: https://www.arch2o.com/mvrdv-wins-a-competition-for-the-design-of-natural-inspiredoasis-towers-in-nanjing/ Acesso em: 26 aug. 2022

Todas as imagens foram tiradas do site ARCHDAILY.

ARQUITETURA E URBANISMO 

ESCRITÓRIO EQUILIBRE ARQUITETURA 

CENTRO UNIVERSITÁRIO BRAZ CUBAS EDUCAÇÃO

 MOGI DAS CRUZES , SÃO PAULO

©2022 por Equilibre Arquitetura. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page